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Organização das Dívidas Pessoais

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No artigo anterior, abordamos a estabilidade emocional como ferramenta essencial para lidar com desafios de maneira assertiva e minimizar os impactos do estresse causado por mudanças e hábitos. Agora, avançaremos para um aspecto prático desse processo: a priorização de garantias, com ênfase no bem-estar pessoal. O objetivo deste artigo é auxiliar na organização das prioridades e no planejamento financeiro frente a situações cotidianas. Embora não abarque todas as complexidades das finanças pessoais, este guia servirá como base para criar um esquema adaptável à realidade de cada leitor.

O primeiro passo para reorganizar a vida financeira é a conscientização sobre as dívidas e demais responsabilidades. É comum a tendência ao negacionismo financeiro, especialmente quando os débitos ultrapassam o limite suportável, gerando desconforto emocional. Essa atitude pode levar ao adiamento da análise da situação, muitas vezes acompanhada de justificativas que ressaltam o desagrado por "fazer contas".

Para iniciar esse processo de conscientização, o método mais simples e acessível é utilizar ferramentas básicas, como um caderno, lápis e calculadora. Com isso, recomenda-se listar as despesas em duas categorias distintas:
Dívidas recorrentes: aquelas que exigem pagamentos constantes, como contas de gás, energia elétrica, água, aluguel, alimentação e transporte.
Dívidas temporárias: aquelas que possuem um prazo determinado para término, como financiamentos e parcelamentos.

Estrategizando a Quitação de Dívidas 

Ao elaborar um plano de quitação, a reação instintiva é priorizar dívidas de maior valor ou com as maiores taxas de juros. Contudo, é importante adotar uma abordagem mais estratégica.

Uma possibilidade frequentemente negligenciada é a renegociação de dívidas, que pode trazer benefícios como a redução das parcelas mensais. Porém, é necessário cautela: em muitos casos, o alongamento do prazo resulta em um aumento significativo no total pago devido aos juros acumulados.

Outra alternativa pouco conhecida é o repasse de dívida, regulamentado pela Resolução nº 4.292, de 20 de dezembro de 2013. Nessa modalidade, uma instituição financeira pode assumir a dívida de outra, oferecendo condições mais favoráveis, como juros mais baixos. Aqui, é essencial avaliar se o agente bancário está realmente comprometido em oferecer a melhor solução ou se apenas busca cumprir metas internas de vendas.
Para evitar que as dívidas alcancem valores insustentáveis, é fundamental agir antes que a situação chegue a uma instância judicial. Empresas especializadas em cobrança frequentemente oferecem descontos atrativos, que podem chegar a 90% para a quitação integral do débito. No entanto, mesmo com a remoção de restrições e registros negativos, podem restar valores residuais junto à instituição financeira. Esses valores podem ser obrigatórios para a retomada de serviços e, em alguns casos, para acesso a benefícios governamentais.

A partir daqui, exploraremos estratégias aplicáveis a diferentes situações financeiras, com foco em soluções práticas e sustentáveis.

Cenário 1: Renda Insuficiente para Quitação de Dívidas

Quando a renda mensal não é suficiente para iniciar a quitação das dívidas, uma alternativa viável é buscar o gerente da instituição financeira. É possível solicitar prazo com juros reduzidos ou congelados, conforme previsto pela Lei nº 14.181/2021, conhecida como Lei do Superendividamento. Essa legislação visa proteger consumidores em situações críticas, garantindo condições mais justas para renegociação e evitando que a dívida se torne ainda mais prejudicial.

Além disso, considere buscar órgãos como os Procons ou defensorias públicas, que podem oferecer apoio jurídico e intermediar negociações mais vantajosas com credores.

Cenário 2: Ajuste de Gastos Essenciais

Em situações onde cortes de gastos sejam suficientes para equilibrar as finanças, é essencial estabelecer prioridades onde os seguintes tópicos jamais devem ser suprimidos: 
  1. Alimentação básica: Garantir a segurança alimentar da família é sempre o primeiro passo.
  2. Saúde: Manter tratamentos médicos, medicamentos e prevenções em dia.
  3. Moradia: Focar no pagamento de aluguel, condomínio ou financiamento imobiliário.

Cenário 3: Preservação do Bem-Estar Emocional

Durante a fase inicial de reorganização financeira, quando mudanças significativas no pensamento e comportamento são necessárias, é importante evitar impactos negativos no bem-estar emocional. Para isso, recomenda-se a adoção de atividades recreativas e de lazer de baixo custo ou gratuitas, como:
  • Caminhadas ao ar livre em parques ou praias.
  • Leitura de livros, que podem ser emprestados de bibliotecas públicas.
  • Participação em eventos comunitários ou culturais gratuitos.

Essas substituições minimizam o impacto emocional das mudanças e ajudam a manter a motivação durante o processo.
 
Cenário 4: Empreendendo para Gerar Renda Extra

Para quem enfrenta dificuldades mais severas, pode ser necessário buscar uma renda adicional por meio do empreendedorismo. O chamado microempreendedorismo é uma alternativa interessante e viável, especialmente quando se aproveita habilidades ou conhecimentos já existentes. Algumas sugestões incluem:
Venda de alimentos, como bolos, doces ou refeições prontas.
Prestação de serviços, como reparos, aulas particulares ou consultorias.
Revenda de produtos populares em marketplaces digitais.

No próximo artigo, aprofundarei o tema do microempreendedorismo, com dicas práticas para iniciar essa jornada e tornar essa solução mais acessível.


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